OS DITOS POPULARES!!!

Os ditos populares trazem em si a sabedoria das pessoas simples, colhida no dia-a-dia de labuta, de dificuldades e da observação do gênero humano. Algumas vezes irônicos, outras profundos e outras até perspicazes; os ditados populares, embora populares, algumas vezes requerem um profundo tirocínio e grande poder de interpretação para serem perfeitamente compreendidos.
Na categoria de ditos populares propriamente ditos (com trocadilho) estão por exemplo:
– “água mole em pedra dura tanto bate até que fura” para homenagear a persistência e a tenacidade;
– “diga-me com quem andas e te direi quem és” para enfatizar a influência que uma companhia pode ter sobre uma pessoa e
– “quem semeia vento colhe tempestade” que nos mostra a conseqüência dos nossos próprios atos.
Existe uma classificação intermediária que é aquela daqueles ditados que exigem um pouco mais do receptor e, por que não dizer, também do emissor do provérbio, são eles:
– “bananeira só dá banana.” Este ditado quer dizer que não adianta esperarmos de alguém aquilo que ela não tem para dar;
– “macaco velho não bota a mão em cumbuca.” Este nos diz que pessoas experientes não se metem onde pode haver confusão e
– “gato escaldado tem medo de água fria.” Que nos explica que quem já se deu mal fazendo determinada coisa, não mais fará a mesma coisa.
Mas há também aqueles ditados populares, para mim, indecifráveis, e nesta categoria a lista é mais extensa, são os que utilizam o reino animal:
– “vai dar zebra” ou “pode dar bode”, gostaria de entender, uma vez que nem zebra nem bode existem no jogo do bicho;
– “passarinho na muda não canta”, existe no Rio de Janeiro um bairro chamado Muda, que estranho poder terá esse lugar sobre as aves canoras a ponto de emudecê-las?
– “matar a cobra e mostrar o pau”, tenho a impressão que estamos no interior de um manicômio, pois senão qual seria a razão para se fazer um gesto obsceno depois de ter abatido o réptil?
– “a vaca foi pro brejo”, por que motivo? Até onde eu sei a vaca é um animal terrestre, ou será que a transgeníase já foi capaz de produzir uma vaca anfíbia?;
– “lobo não come lobo”, come sim! O que mais tem por aí hoje em dia é lobo gay, principalmente depois que a vovozinha passou a responder pelo nome de Waldemar.
E assim por diante, os ditos e ditados populares vão, cada vez mais, adentrando o vernáculo e fazendo parte do nosso cotidiano, às vezes travestidos de provérbios orientais, outras vezes brotando da criatividade das ruas onde foram criadas pérolas como “mais tranqüilo que pernilongo em quarto de surdo” ou “estar rindo até de fratura exposta”.
Certa vez eu conheci um sujeito que tinha alguma dificuldade em lidar com os ditos populares; ou por não saber direito o que eles significavam ou por ter memória fraca e esquecê-los com freqüência e, em função disso, misturava-os amiúde, certa vez ele mandou: “gato velho não bota a mão em cumbuca” e eu instantaneamente respondi de cá: “isso é porque macaco escaldado tem medo de água fria”. A partir desse dia, eu e um colega de trabalho fazíamos exercícios diários de cruzamento de ditados, assim nasceram:
– “A união é inimiga da perfeição”;
– “A galinha do vizinho faz o ladrão”;
– “A ocasião faz a força”;
– “Cada cabeça no seu galho”;
– “Cada macaco uma sentença”;
– “De noite a galinha enche o papo”;
– “De grão em grão todos os gatos são pardos”;
– “Entre marido e mulher, espeto de pau”;
– “Em casa de ferreiro não se mete a colher”;
– “Em boca fechada urubu é frango”;
– “Em terra de cego se torce o pepino”;
– “Em boca fechada quem tem um olho é rei”;
– “Filho de peixe tem cem anos de perdão”;
– “Quem não arrisca, olho por olho”;
– “Quem desdenha não petisca” e
– “Quem arrisca quer comprar”.
E assim sucessivamente, a interpretação é por sua conta e risco e fica o dito pelo não dito.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CINCO ATITUDES PARA ALCANÇARMOS O IMPOSSÍVEL

Mordomia do Pensamento-Mente