OS SONHOS DE DEUS
“Eu digo a vocês hoje, meus amigos, que, embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e de amanhã, eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho Brasileiro.
Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - "nós sustentamos estas verdades como auto-evidentes: que todos os homens nascem iguais".
Eu tenho um sonho que, um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes dos donos de escravos poderão se sentar juntos à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que, um dia, até mesmo no Estado de Mississipi, um Estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor da opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que, um dia, minha FAMILIA viverão em uma nação onde não serão julgadas, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que, um dia, no Alabama - com seus racistas maus, com seu governador cujos lábios gotejam palavras de intervenção e negação - um dia, bem no Alabama, meninos negros e meninas negras poderão dar as mãos a meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que, um dia, todo vale será exaltado, todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados, "então o Senhor mostrará a sua glória, e toda a humanidade a verá".
Eu tenho um sonho de ver todos os meus amigos e colegas que passaram em minha vida, se entregando ao Senhor Jesus Cristo...
Essa é nossa esperança”.
O texto acima é parte do célebre discurso “EU TENHO UM SONHO”, de Martin Luther King.
O que acontece quando contamos para os outros os nossos sonhos?
Os sonhos de José, registrados no Gênesis, não eram seus! Eram recados de Deus a um profeta: “ouvi as minhas palavras; se entre vós há profeta, eu, o Senhor, em visão a ele, me faço conhecer ou falo com ele em sonhos” [Números 12:6].
Com uma platéia só de familiares, José revelou qual era o sonho de Deus: NO FUTURO, O FILHO PREDILETO DE JACÓ TERIA AUTORIDADE SOBRE O PAI E A DÚZIA DE IRMÃOS. O sonho foi repetido, com símbolos diferentes, para que não pairassem dúvidas nas mentes dos irmãos de José: “Reinarás, com efeito, sobre nós? E sobre nós dominarás realmente?” [Gênesis 37:8]. Em breve, José se tornaria o centro das atenções, e aquela expectativa não era fruto de uma imaginação fértil ou de um desejo desenfreado de poder. Era um desejo do coração divino!
Uma análise rápida do duplo sonho do faraó e da resposta de José nos faz entender que os dois sonhos de José também foram sonhos proféticos.
“Então, lhe respondeu José: o sonho de faraó é apenas um; Deus manifestou a faraó o que há de fazer” [Gênesis 41:25].
“O sonho de faraó foi dúplice, porque a coisa é estabelecida por Deus, e Deus se apressa a fazê-la” [Gênesis 41:32].
O Deus que se manifestou ao faraó é o mesmo falou com o profeta José. Ele não guardou segredos do que haveria de fazer!
Quem ou o que pode impedir que os sonhos de Deus se concretizem em nossas vidas?
Antes de responder essa questão, quero deixar claro que terceiros não podem impedir que os sonhos de Deus se cumpram em minha vida. Meus queridos minha vida tá mudando quando passei a não andar com crentes desobedientes e fingidos...
Nem os irmãos de José – “vejamos em que lhe darão os sonhos” [Gênesis 37:20] – nem a calúnia e difamação da esposa de Potifar [Gênesis 39:17-19] e nem a amnésia transitória do copeiro-chefe [Gênesis 40:23] atrasaram a investidura daquele jovem cheio do Espírito do Senhor na função de governador de toda a terra do Egito [Gênesis 41:38-44].
Somente o próprio José poderia ser um empecilho para a concretização do sonho de Deus. Essa é a verdade realçada nos últimos capítulos do Gênesis. Eles nos mostram como José lidou com as grandes tentações da humanidade: sexo, dinheiro, poder e fama.
TENTAÇÃO Nº 1: O que fazer diante de um assédio sexual?[Gênesis 38 e 39].
Judá e José. Um ancião viúvo e um jovem solteiro que viviam longe de seus irmãos [Gênesis 38:1; 37:36; 39:1].
Duas formas diferentes de assédio sexual.
Na primeira, Judá – o mesmo que sugeriu aos irmãos que se vendesse José aos ismaelitas [Gênesis 37:26] – se aproxima da nora e diz: “Vem, deixa-me possuir-te” [Gênesis 38:16] e ela ficou grávida [Gênesis38:24].
Na segunda, a mulher de Potifar é a ré em questão. Foi dela a iniciativa da paquera: “Deita-te comigo” [Gênesis 39:7]. Mas José “recusou” [Gênesis 39:8], e ainda lhe deu um estudo bíblico: “como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” [Gênesis 39:9]. José ousou mudar o assunto da conversa e preservou sua comunhão com Deus. Jesus também mudou a pauta da entrevista com a samaritana que só queria saciar a sede e acabou bebendo da água da vida [João 4]. São raros os jovens de hoje que utilizam a política e o futebol como um gancho para demonstrar quem é o seu Deus. Voltemos a José.
É difícil resistir QUANDO UMA MULHER ESPECIAL NOS CANTA. Todavia, José recusou as investidas da patroa!
QUANDO UMA MULHER ESPECIAL NOS CANTA E ENCANTA TODOS OS DIAS, a tentação de ficar é ainda maior. Mas, José continuou sem lhe dar atenção! Leia na sua bíblia: “Falando ela a José todos os dias, e não lhe dando ouvidos, para se deitar com ela e estar com ela” [Gênesis 39:10]. Configura-se, aqui, o caso de um assédio sexual, ou seja, a insistência importuna de alguém em posição privilegiada, que usa dessa vantagem para obter favores sexuais de um subalterno.
QUANDO UMA MULHER ESPECIAL NOS CANTA TODOS OS DIAS, ATREVE-SE A NOS AGARRAR E NINGUÉM ESTÁ OLHANDO não é hora de se ajoelhar e orar e ser apalpados, é momento para sair correndo. José agiu assim! É isto o que eu consigo ler nas entrelinhas dos versos seguintes: “Sucedeu que, certo dia, veio ele a casa, para atender aos negócios; e ninguém dos da casa se achava presente. Então, ela o pegou pelas vestes e lhe disse: Deita-te comigo; ele, porém, deixando as vestes nas mãos dela, saiu, fugindo para fora” [Gênesis 39:11 e 12].
Sendo José um tipo dos crentes que oram sem cessar, por que fugiu? Resistir ao diabo não significa encarar o inimigo no seu território? O ex-beberrão tem que freqüentar e vencer o maligno na mesa de um boteco? O ex-fumante tem que andar com a carteira no bolso ou com amigos que fumam?
Já existem diretrizes bíblicas adequadas para situações semelhantes [Mateus 5:29 e 30 ; 18:8 e 9; Marcos 9:43, 45 e 47]. Por isso, José não titubeou!
John Sttot conseguiu extrair uma bela mensagem da fala de Jesus: “Se o seu olho o faz pecar porque a tentação o assola através dos seus olhos (os objetos que você vê), então arranque os seus olhos. Isto é, não olhe!... Repito, se a sua mão ou o seu pé o fazem pecar, porque a tentação o assola através de suas mãos (coisas que você faz) ou de seus pés (lugares que você visita), então corte-os fora. Isto é, não faça! Não vá!... Se temos um problema de falta de controle sexual e se, apesar disso, nossos pés nos levam a ver tais filmes, nossas mãos manejam tal literatura e nossos olhos deleitam-se com as figuras que nos oferecem, não só estamos pecando, como também abrindo as portas à tragédia...” – A MENSAGEM DO SERMÃO DO MONTE, Uma outra razão para fuga é que Deus já revelara a José o que mais tarde revelaria a Salomão.
PROVÉRBIOS 6: 29: “Assim será com o que se chegar à mulher do seu próximo; não ficará sem castigo”.
PROVÉRBIOS 6: 32: “O que adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa”.
O castigo e a ruína são as recompensas do adúltero. Além de uma possível gravidez indesejada – como no caso de Judá e Tamar –, imagine um marido traído pelo mordomo!
PROVÉRBIOS 6: 34 e 35: “Porque o ciúme excita o furor do marido; e não terá compaixão no dia da vingança. Não se contentará com o resgate, nem aceitará presentes, ainda que sejam muitos”.
Graças a Deus, o experiente Potifar conhecia, e muito bem, a José e a sua esposa infiel! Com certeza ele teria mandado enforcar o mordomo, caso tivesse dado crédito à estória da parceira. Colocá-lo na melhor prisão do Egito, junto com os presos do rei [Gênesis 39:20], foi uma maneira de dizer à sociedade que não se sentia confortável com aquela situação.
“O Senhor era com José” [Gênesis 39:2 e 3], e Deus conosco é uma garantia de vitória contra a imoralidade.
TENTAÇÃO Nº 2: O que fazer durante os anos de vacas magras e de vacas gordas? Como deve um cristão se comportar quando está ganhando muito dinheiro? [Gênesis 41-47].
É quando se é jovem que se prepara e se toma as decisões mais importantes da vida. É um período de muito preparo e pouco dinheiro, pelo menos foi assim na minha história.
Quem será o meu Deus?
Qual será a minha profissão?
Com quem me casarei?
Com José não foi diferente.
Ele não perdia uma oportunidade de testemunhar a favor do seu Deus, quer fosse diante de uma adúltera [Gênesis 39:9], quer fosse diante dos oficiais de faraó [Gênesis 40:8], dos seus irmãos [Gênesis 45:5-9; 50:19-21] e até mesmo diante do rei [Gênesis 41:16, 25, 28 e 32].
Ele nunca usou a genética e o meio onde fora criado como desculpa para emplacar os desvios sexuais típicos de sua família: a poligamia do Pai [Gênesis 29:21 - 30:26], o incesto de Judá e Tamar [Gênesis 38], de Rúben e Bila [Gênesis 35:22] e assim por diante.
Na vida profissional, ele também precisou distribuir currículo. O texto de Gênesis 40:14 é muito sugestivo: “Porém lembra-te de mim, quando tudo te correr bem; e rogo-te que sejas bondoso para comigo, e faças menção de mim a faraó, e me faças sair desta casa”. Fale de mim para o faraó, pois quero uma oportunidade de emprego em outro lugar.
• Já fui pastor de ovelhas [Gênesis 37:2].
• Fui o melhor escravo de Potifar e virei o mordomo da família [Gênesis 39:3-6].
• Fui o melhor preso e me tornei um líder entre eles [Gênesis 39:21-23].
De origem humilde, quando lembrado pelo copeiro e chamado para a entrevista, falou com tanta desenvoltura que o faraó só conseguiu atribuir o que estava ouvindo ao Espírito do Senhor: “Acharíamos, porventura, homem como este, em que há o Espírito de Deus?... Visto que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu” [Gênesis 41:38 e 39].
Adeus pindaíba!
O que devemos fazer quando somos alvejados pela a prosperidade financeira?
a) Não é pecado desfrutar da prosperidade material. “Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto, vi também que isto vem da mão de Deus, pois separado deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se? Porque Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada...” [Eclesiastes 2:24-26]. O que é pecado é entregar-se ao consumismo. O que é pecado é não abençoar os outros com tais recursos. José assimilou bem este princípio e, por onde passou, se transformou num centro distribuidor de bênçãos:
Enquanto esteve como mordomo na casa de Potifar, “o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor a José” [Gênesis 39:5].
Enquanto viveu na masmorra, “o Senhor era com ele, e tudo o que ele fazia o Senhor prosperava” [Gênesis 39:23].
Agora, que se tornou governador, todo o Egito foi abençoado. “Começaram a vir os sete anos de fome, como José havia predito; e havia fome em todas as terras, mas em toda terra do Egito havia pão” [Gênesis 41:54].
Toda a família de José foi abençoada. Para eles, os famosos sete anos de vacas magras dos egípcios foi um período pródigo de boas notícias: tiveram a despensa abastecida com cereais egípcios [Gênesis 42:25 e 26; 44:1], ganharam restituição de renda a mando do governador Egito [Gênesis 42:25, 27 e 35; 44:1], reencontraram José no auge da prosperidade [Gênesis 45:3, 4 e 26], mudaram para as melhores terras do Egito [Gênesis 45:20; 47:7] e ainda tiveram as carteiras assinadas pelo próprio faraó [Gênesis 47:6], sem falar do banquete que aqueles pródigos não mereciam. O período de vacas magras dos israelitas só começou, na verdade, após a morte de José [Êxodo 1:6-14].
b) É prudente durante o período de abundância economizar ou poupar para crises futuras. “Nos sete anos de fartura a terra produziu abundantemente. E ajuntou José todo o mantimento que houve na terra do Egito durante os sete anos e o guardou nas cidades; o mantimento do campo ao redor de cada cidade foi guardado na mesma cidade. Assim, ajuntou José muitíssimo cereal, como a areia do mar, até perder a conta, porque ia além das medidas” [Gênesis 41: 47-49].
c) Finalmente, não depositemos nas riquezas a nossa segurança; não façamos dela um dos nossos deuses. “Se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração” [Salmo 62:10].
As finanças de Potifar e faraó multiplicaram mais e mais nas mãos abençoadas do mordomo José; mas foi a família de Jacó – preservada e multiplicada mesmo em período adverso – que mais se beneficiou da prosperidade financeira daquele mordomo de Deus: “Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento. Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito” [Gênesis 45:7 e 8].
TENTAÇÃO Nº 3: Como o cristão deve tratar aos outros quando tem o poder ou autoridade nas mãos? [Gênesis 37-50].
Sigamos as pegadas de José.
Na casa de Potifar, ele soube respeitar a propriedade alheia, inclusive sua extrovertida mulher [Gênesis 39:8 e 9].
Na prisão, José poderia ocupar seu tempo arquitetando uma vingança contra a mulher de Potifar. Ouvi, certa vez, de um presidiário que o que eles mais têm é tempo para arquitetar a fuga da prisão. José, porém, estava comprometido em solucionar os problemas do padeiro, do copeiro [Gênesis 40:6-8] e de outros que puxavam cadeia com ele.
Diante de faraó e seus oficiais [Gênesis 41: 14-36], ele poderia ter gasto algum tempo denegrindo a memória do copeiro, contudo, antes de revelar o significado do sonho, ele revelou quem era o seu Deus. Daniel fez o mesmo diante de Nabucodonosor [Daniel 2:27 e 28].
Finalmente, quando já no exercício do governo egípcio – “vês que te faço autoridade sobre toda a terra do Egito” [Gênesis 41:41] – encontramos um filho de Deus legítimo vacinado contra o pecado das celebridades: “você sabe com quem está falando?”. José não deixou sua posição suplantar sua razão. O “ide a José; o que ele vos disser fazei” [Gênesis 41:55] não subiu à cabeça; ao contrário, no reencontro com os irmãos, José “se lembrou dos sonhos que tivera a respeito deles” [Gênesis 42:9], mas também esbanjou graça e perdão [Gênesis 45:3-8] ao invés de ressentimento e mágoa. Também não fez da morte do pai uma ocasião para dar o troco ou pagar na mesma moeda: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida. Não temais, pois; eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos. Assim, os consolou e lhes falou ao coração” [Gênesis 50:20-21].
José foi aprovado e com louvor nos testes da sensualidade, da prosperidade e da autoridade. Nota dez para ele, mas a glória seja dada Deus que conseguiu entalhar tão belo exemplar a partir do mesmo barro do qual eu e você fomos fabricados! Espero que goste deste estudo...bjus a todos ...
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