Ginástica Laboral
Todos os anos, pelo menos 20 mil brasileiros são afastados do trabalho devido a doenças ocupacionais. O boletim mais recente do Ministério da Previdência Social mostra que, de janeiro a novembro de 2009, uma média de 8 mil benefícios foram concedidos, mensalmente, a vítimas de doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo, como artrites e tendinites. Só no ano passado, os gastos do governo federal com os afastamentos ultrapassaram R$ 2 bilhões, sem contar os danos econômicos das empresas. O mais prejudicado, porém, é o trabalhador, que, além de incapacitado, sofre com as dores adquiridas no ambiente laboral.
As chamadas lesões por esforço repetitivo (LER) ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort) podem ser prevenidos ou amenizados com a prática diária de movimentos que compensam os danos provocados por algumas atividades, como ficar sentado por muito tempo, digitar com frequência ou falar bastante ao telefone. Diversos estudos indicam que adotar a ginástica laboral reduz em aproximadamente 80% a quantidade de faltas ao trabalho e que, a cada dólar investido na prática, a empresa ganha três a mais, em aumento de produtividade.
Hoje, as atividades não se restringem a alongamentos tradicionais, que continuam importantes e necessários para o fortalecimento e a reabilitação dos músculos, mas se somaram a outros exercícios, como o pilates. “O nome ginástica laboral é mais comum. Porém, quando pensamos em ginástica, lembramos de malhação, e esse não é o objetivo principal dos movimentos. Não entendemos o procedimento como uma ginástica, mas como uma atenção para promover a saúde e prevenir a doença”.
Como exercícios localizados, corrida e musculação devem ser oferecidas pelas empresas como forma de prevenir as doenças osteomusculares, que tem um clube de corrida e uma academia para os funcionários, e conta que os benefícios são evidentes. No ano passado, a empresa investiu R$ 5,1 milhões em programas de promoção de bem-estar dos funcionários, e o resultado foi que o índice de absenteísmo caiu de 5,7% por ano, em 2003, para 2,5%. Entre as pessoas que participam do clube de corrida, 99% não faltaram ao trabalho no ano passado.
Faço todos os dias, por cinco minutos, de manhã e à tarde. Você sente a diferença porque trabalha com mais ânimo e disponibilidade”, garante o Universitário Joaquin Xavier.
Efeito psicológico
A ginástica laboral costuma provocar essa sensação de ânimo não somente por causa da parte física, mas também da psicológica. “Ela mexe com a autoestima, porque mostra a preocupação da empresa com os funcionários, além de ajudar a integrar socialmente. O trabalho não é só no campo físico, mas também para prevenir doenças mentais, como a depressão e a síndrome de Burnout”...“Com essas atividades, os funcionários acabam se conhecendo e interagindo mais”, avalia.
Consequentemente, há menos acúmulo de ácido láctico, melhorando a mobilidade e a flexibilidade das articulações e diminuindo as inflamações e traumas. Ele explica que não há necessidade de realizar os exercícios por muito tempo. “Entre 10 e 15 minutos diários já é o suficiente.”
Técnica secular
A ginástica laboral surgiu na Polônia, em 1925, depois que operários começaram a reclamar por melhores condições de saúde. “Com a revolução industrial, a tendência era tratar os funcionários como máquinas, e isso foi bem retratado por Charlie Chaplin no filme Tempos modernos”, lembra o fisioterapeuta Wilen Heil, do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito). Quando foi adotada nas fábricas polonesas, a ginástica era mais uma pausa do trabalho do que propriamente exercícios voltados à reabilitação e prevenção de lesões.
Três anos depois, o Japão adotou a prática, por meio da Rádio Taiso, até hoje popular no país. Trata-se da realização de exercícios de aquecimento acompanhados por música, transmitida pela rádio. Todas as manhãs, nas fábricas, os trabalhadores ouviam as músicas suaves da emissora governamental NHKradio e acompanhavam o ritmo com movimentos leves de respiração e alongamento de cabeça, tronco, braços e pernas.
No Brasil, já havia registros de exercícios físicos realizados por funcionários de fábricas em 1901, mas a ginástica laboral só começou a ser praticada na década de 1960. Em 1973, as primeiras diretrizes da atividade foram publicadas, com a adesão de empresas como o Banco do Brasil. Na mesma década, foi introduzida no país a Rádio Taiso, que ainda atrai praticantes, principalmente nas cidades onde há concentração de imigrantes japoneses. (PO)
Ginástica Laboral garante um trabalho mais saudáveis.
Tem como objectivo, demonstrar os benefícios e como implementar a Ginástica Laboral numa empresa.
Pessoal fazendo ginástica laboral
Ginástica Laboral é a atividade física orientada, praticada durante o horário do expediente, visando benefícios pessoais no trabalho. Tem como objetivo minimizar os impactos negativos oriundos do sedentarismo na vida e na saúde do trabalhador.
A ginástica Laboral traz grandes benefícios para as empresas, motivo pelo qual essa atividade física é estimulada e implementada por diversas organizações.
Os impactos negativos do trabalho podem ocorrer em diversas esferas, tais como problemas físicos, psicológicos ou sociais. Mais diretamente, a prática de exercícios físicos gera benefícios físicos para o trabalhador. Os benefícios psicológicos (estresse, poder de concentração) ou sociais (espírito de equipe, confiança) também são bastante citados em estudos diversos.
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