SER CRISTÃO HOJE - ATOS 11:19-26
Para
muitos, hoje, SER CRISTÃO: é ser barganhador – para quem
com uma contribuição financeira mensal pode-se comprar a graça de
Deus; ser um turista religioso – cuja prioridade é o
entretenimento do culto e não a obediência da vida; ser teórico da fé –
alguém conhecedor da doutrina de Cristo mas desconhecedor do Cristo da
doutrina; ousado – um servo determinando e o Senhor ficando na
obrigação de obedecer..... O que era, porém, para a igreja primitiva SER
CHAMADO DE CRISTÃO? Lucas nos informa que “em Antioquia foram os discípulos
pela primeira vez chamados cristãos” (v. 26). O que significou em
Antioquia ser cristão?
I
– SER CRISTÃO É RECEBER O ANÚNCIO DO EVANGELHO DO
SENHOR: PROCLAMAÇÃO (v. 19-20)
Segundo
o verso 19, a grande perseguição contra os cristãos de Jerusalém foi o
instrumento divino para a expansão do Reino, pois os dispersos ao chegarem à
Fenícia, Chipre e Antioquia compartilharam com os judeus a Palavra do Senhor.
Outros, oriundos de Chipre e Cirene, compartilharam também com os gregos de
Antioquia o Evangelho do Senhor (v. 20).
Não
foi por acaso que estes dois grupos de testemunhas penetraram em Antioquia:
situada a 300 km ao norte de Damasco, fundada em 300 a.c. por
Seleuco Nicator, um dos generais de Alexandre o Grande, era conhecida como
“Antioquia Bela” por causa de seus edifícios refinados; tinha 500.000
habitantes, só sendo menor no império romano do que Roma e Alexandria; era
cosmopolita com grande presença de judeus, pérsios, indianos, chineses e
romanos; era, assim, uma cidade internacional acolhendo a primeira igreja
internacional...
Os
primeiros movimentos do cristianismo em Antioquia estiveram intimamente ligados
à PROCLAMAÇÃO: os agentes da proclamação foram evangelistas
anônimos; o conteúdo da proclamação foi “Jesus é Senhor” e o alcance da
proclamação foi toda a região situada ao norte de Jerusalém. Aprendemos, assim,
que o genuíno cristianismo passa, necessariamente, pelo acolhimento responsável
do Evangelho, cuja proclamação deve ser feita não apenas pelos “profissionais”
do Reino, mas por todos aqueles que já experimentaram do singular amor de
Jesus, os quais, espalhados pelas cidades, formam um grande corrente de
transformação social.
I
– SER CRISTÃO É CONVERTER-SE AO SENHOR: CONVERSÃO (V. 21)
Antioquia
foi palco de um mover extraordinário do Espírito Santo. Na medida que a
proclamação avançava muitos se converteram. Esta conversão foi a
experiência inicial que fez diferença entre “ser” e “não ser” cristão: ela foi promovida
pelo Senhor – sua mão agiu no coração dos pecadores antioquianos
convencendo-os da necessidade de uma nova dimensão espiritual; foi
concretizada pela fé – se de um lado foi Deus quem operou a conversão,
por outro Ele o fez apenas naqueles que creram verdadeiramente em Jesus; foi
uma volta ao Senhor – as conversões em Antioquia não significaram uma
mudança religiosa, superficial, mas uma mudança interior que impeliu os
moradores de Antioquia a estabelecerem uma nova e extraordinária relação
pessoal com o Senhor. Aprendemos, assim, que uma Igreja Viva (tema geral de
nossa série de reflexões) é aquela que está permanentemente preocupada com a
conversão dos pecadores. De que adiantarão nossos esforços se eles não
priorizarem a volta dos pecadores ao Senhor?
III
– SER CRISTÃO É PERMANECER NO SENHOR: CONSOLIDAÇÃO (v. 22-24)
O
ciclo básico da caminhada cristã envolve proclamação, conversão e consolidação.
Usando a figura de João 3, no diálogo de Jesus com Nicodemos, a proclamação é a
gestação, a conversão o novo nascimento e a consolidação o crescimento. Uma vez
gerados em Cristo iniciamos um caminho santificador que dia a dia nos levará à
“perfeita varonilidade – à medida da estatura de Cristo” (Ef 4:13). Este
caminho de consolidação é uma responsabilidade da igreja (v.
22), como bem entendeu a igreja mãe de Jerusalém. Para concretizá-lo ela usou
um discípulo mais experiente. Assim, Barnabé, que era “homem bom,
cheio do Espírito Santo e de fé” (v. 24) foi autorizado (v. 22) a liderar o
processo de consolidação dos novos convertidos de Antioquia, o que fez com
grande eficiência, discernindo o mover de Deus e estimulando todos a
permanecerem firmes no Senhor (v. 23). Os resultados de seu ministério foram
claros pois “muita gente se uniu ao Senhor” (v. 24b). Sentindo,
porém, que não conseguiria atender todas as demandas do avanço do cristianismo
em Antioquia, Barnabé, sabiamente, buscou a parceria de Saulo, os quais atuaram
focados na comunhão e no ensino, proporcionando o alcance de uma grande
multidão (v. 26).
Aprendemos,
assim, que uma Igreja Viva tem uma estratégia evangelística que contempla a
proclamação, conversão e a solidificação que vem através do discipulado sério,
contínuo e responsabilizador. Não somos chamados a gerar pessoas em Cristo, mas
a formar as pessoas geradas em Cristo ainda que isto envolva de nós sofrimento
e lutas (Gl 4:19).
CONCLUSÃO
Ser
cristão vai além das tradições denominacionais, das formalidades litúrgicas e
das superficialidades verbais. Ser cristão pressupõe uma sintonia contínua com
o anúncio do Senhor, uma experiência única de conversão genuína ao Senhor e uma
priorização contínua da permanência no Senhor. Sendo assim a Palavra no desafia
hoje à conversão e à solidificação. Atendê-la nos colocará no centro da vontade
de Deus que é boa, perfeita e agradável!
By: Preletor_Joaquim Xavier 27/01/2013 I.E.Avivamento
Bíblico-Zaira-Mauá-SP
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