Dinheiro: Um Assunto Espiritual


Texto bíblico: Malaquias 3


Mordomia cristã é a consciência de que tudo o que somos e tudo o que está em nossas mãos pertence a Cristo. Jesus é o Senhor do nosso corpo, da nossa mente, das nossas emoções, da nossa alma aqui e na eternidade, assim como dos nossos bens, do nosso tempo, dos nossos dons e talentos, influência, dinheiro, profissão. Tudo o que temos e somos deve glorificar a Cristo. Nossos bens terrenos devem glorificar a Jesus tanto na forma de serem adquirido, quanto na sua posse e uso. Não somente os dízimos que entregamos com alegria para a realização dos propósitos de Jesus por intermédio da igreja, mas tudo o que retemos para o nosso sustento continua pertencendo a Jesus e só pode ser usado conforme a sua vontade e para a sua glória. Desde a casa, os móveis, os eletrodomésticos, incluindo a geladeira, a televisão, o computador, como também o carro, a bicicleta, até as panelas, a caneta Bic, roupas e calçados que eu uso, tudo pertence a Jesus porque eu pertenço a Jesus.

O que tem a ver o dízimo com a mordomia cristã? O dízimo do cristão é a pedra de toque, a amostra da sua fidelidade na mordomia. Jesus diz que se alguém não é fiel no pouco, também não será fiel no muito. Se um crente não é fiel em dez por cento, pode-se esperar que esteja sendo fiel nos demais noventa por cento? Jesus não aboliu o dízimo, mas foi além e lhe deu uma motivação espiritual. Vamos analisar Malaquias 3.10 à luz do Novo Testamento e da nossa experiência com Cristo, nosso Salvador.

1. “Trazei”: Para trazer os seus dízimos, você precisa vir pessoalmente ao templo do Senhor. Deus não está tão interessado em seus dízimos, quanto em você, na sua pessoa (Leia Malaquias 3.17). Se você enviar os seus dízimos, mas ficar em casa, não estará obedecendo à ordem do Senhor. Deus quer que você venha à igreja com seus pensamentos, com suas emoções, com suas alegrias e motivos de louvor, com suas perguntas e carências espirituais, com seus problemas e fardos, com seus medos e esperanças, com sua solidão e até mesmo com suas fraquezas, porque, na convivência com o povo de Deus, na presença de Deus, na adoração a Deus, pela exortação da Palavra por meio do ensino e da pregação, pelas suas orações junto com a igreja, Deus responde às suas perguntas, purifica você dos seus pecados, preenche suas carências, alivia seus fardos, expulsa seus temores. Não é da vontade de Deus que o homem se converta a Cristo e fique em casa assistindo aos cultos pelo rádio ou pela televisão, que certamente têm o seu lugar, mas não substituem sua vinda ao templo para adorar a Deus junto com a igreja de Cristo. Já exclamava o salmista: “Alegrei-me quando me disseram, vamos à Casa do Senhor” (Salmo 122.1).

2. “Todos os dízimos”. Que significa “todos os dízimos”? Significa os dízimos do gado e das colheitas, do lucro no comércio e na indústria. É o dízimo do salário, das comissões, dos aluguéis, das ajudas de custo, das gratificações, da aposentadoria, dos juros em poupança e investimentos. Se você quer colher bênçãos espirituais, plante fidelidade. A começar pelos seus dízimos. A primeira pessoa que Deus quer abençoar com os dízimos que você entrega na sua igreja é você mesmo. Por intermédio dos seus dízimos, Deus quer que você cresça no seu amor.

3. "À Casa do Tesouro”: O lugar certo para entregar os seus dízimos é a Casa do Tesouro, ou seja, a casa de Deus. Jesus diz que “onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mateus 6.21). Se você não entrega os dízimos do Senhor na casa do Senhor é porque o seu coração não está na casa do Senhor. Se nem 10% do seu tesouro estão na casa de Deus, é impossível que lá esteja o seu coração. Você pode contribuir para a obra que quiser, para os pobres, para uma causa justa, mas depois de entregar os seus dízimos na Casa do Senhor. Se você encaminhar seus dízimos para outro lugar, por mais justo que lhe pareça, estará dando o que não lhe pertence, porque o dízimo não é seu. “O dízimo é do Senhor”. "Todos os dízimos da terra, quer dos cereais, quer do fruto das árvores pertencem ao Senhor. Santos são ao Senhor" (Levítico 27.30).

4. "Para que haja mantimento na minha casa”. O mantimento era para o sustento dos sacerdotes e levitas, que tinham o encargo do culto. Eles tinham que dedicar todo o seu tempo a estudar e ensinar a Palavra de Deus para que o povo não se desviasse da lei do Senhor. O mantimento que o povo trazia como prova de sua fé, com alegria, em forma de dízimos, sustentava os cultos, mantinha a esperança da vinda do Messias prometido. Assim, a causa última da fidelidade na entrega dos dízimos era manter acesa, na alma de Israel, a esperança do Messias. Jesus é a causa da fidelidade nos nossos dízimos. Os seus dízimos tornam possível a pregação do Evangelho no mundo inteiro. Se você não os entregar, o Evangelho não deixará de ser proclamado, mas você perderá a alegria de participar da edificação espiritual da sua igreja e da pregação do Evangelho de Cristo ao mundo. Na verdade, cada vez que você entrega os dízimos do Senhor no templo do Senhor, você está declarando sua fé na providência de Deus para o sustento da sua vida, você está contribuindo para a obra missionária, está colocando azeite na lâmpada da esperança da volta de Cristo para iluminar este mundo mergulhado em trevas. Deus abre as janelas do céu e derrama bênçãos espirituais sobre o crente, sobre a família e sobre a igreja em conseqüência da fidelidade de cada um na sua mordomia. Deus é liberal com os que lhe são fiéis: “Mas agora, diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque honrarei os que me honram, mas os que me desprezam serão desprezados” (1 Samuel 2.30).

5. “E depois fazei prova de mim, diz o Senhor”. Não há como duvidar da fidelidade de Deus. Ele é fiel a nós porque é fiel a si mesmo. Ao nos desafiar para fazermos prova da sua bondade e misericórdia, Deus está declarando que nós devemos dar prova a nós mesmos da nossa fidelidade, do nosso amor a Ele, do nosso amor pelo pecador perdido e da nossa espiritualidade. Deus não precisa dar maior prova do seu amor por mim do que a prova que deu no Calvário. Eu é que preciso entregar os meus dízimos como prova da minha fidelidade, como prova de que o meu coração pertence a Cristo. A única motivação válida para entregar todos os dízimos é o amor. Se os dízimos forem entregues por medo de punições, por vaidade, por competição, por mera rotina ou por qualquer outro motivo que não seja o amor a Cristo, não trarão alegria ao coração “Porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Coríntios 9.7).

6. “Abrirei as janelas do céu”. Muitos pensam que, quando Deus promete abrir as janelas do céu e derramar bênçãos sem medida – “chuvas de bênçãos...” que a promessa é de bênçãos materiais. Para eles, a “maior abastança” será a prosperidade material: dinheiro, casa, bens, saúde, riquezas. Esse é, porém, o ensino das igrejas que adotam a teologia da prosperidade. Essa teologia inverte a ordem dos valores e pretende transformar Jesus em um promotor de venda de favores materiais. Mas as bênçãos que nos vêm do céu são bênçãos espirituais. As bênçãos materiais, quando Deus quer concedê-las, são conseqüência da bênção espiritual. Bênçãos materiais sem fidelidade espiritual se tornariam em maldição, como aconteceu com o povo de Israel conforme denuncia o profeta: “Vós sois amaldiçoados com a maldição; porque a mim me roubais, sim, vós esta nação toda” (Malaquias 3.9). Quantos crentes têm tido prosperidade na vida material, mas por não buscarem primeiro ser fiéis ao Senhor a prosperidade material se tornou em maldição, afastando-os da vida cristã.

Para pensar e agir

• Você pode medir a chuva. Para isso existem pluviômetros. Não existe, porém, aparelho para medir as bênçãos da fidelidade. Deixe Deus abençoar sua vida.

• As crises, desemprego, carestia não afetam nem tiram a alegria do crente fiel porque a sua felicidade e segurança não dependem de coisas materiais, mas da presença de Deus em sua vida.

• Leia Habacuque 3.17,18 aplicando o texto nas situações do seu cotidiano. Deus é maior do que todas as bênçãos que dele possamos receber. Alegrar-se no Senhor e exultar no Deus da sua salvação é a bênção da fidelidade porque “O justo viverá da fé e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele” (Hebreus 10.38).



Leituras Diárias
segunda: Mateus 6.19-24.
terça: Mateus 6.25-30.
quarta: Mateus 6.31-34
quinta: 1 Pedro 1.13-21
sexta: Filipenses 4.4-9
sábado: Salmo 27.4-10
domingo: Salmo 37.22-29

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